“O amor não visa seus próprios interesses” – Bíblia.
Era impossível não notá-lo, ali bem na minha frente. A vista de tudo só eu o via como realmente ele queria ser notado.
Parecia estar olhando para aquilo que tiraria o sossego de minha mente. Queria chegar mais perto, mas de repente ele sumiu da visão máxima de meus olhos, por isso talvez os detalhes tivessem ficado vividos em meus pensamentos, podia existir qualquer outro tão belo quanto K, mais só ele conseguira prender minha atenção naquela parcela de minuto guardado em minhas memórias. Como sempre, eu havia estado no paraíso que almejei pela fração de segundos em minha mente. Nunca vi tanta precisão, meus olhos castanhos dilataram pela ausência de água. Se estava dormindo, desejei acordar para lembrar –me de que a realidade não nos reserva tal perfeição. Em certo instante senti arrepios de imaginá-lo olhando em minha direção.
Como ousei pensar em tal atrocidade? Se pudesse voltar no tempo, teria evitado este olhar frio e desgastante, teria desviado minhas atenções de K. Pois só assim acompanharia a fração de segundos que me deixaram na porta do céu e me levaram aos becos próximos ao inferno. Eu já havia criado pensamentos totalmente românticos, mas os apaguei quando descobri que K poderia desejar-me a morte.
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